Pare e respire fundo. Suspire de alívio. Nessa breve pausa, deixando o ar entrar e sair completamente de seu corpo, você compensou, mesmo que apenas por alguns segundos, um hábito que a maioria das pessoas tem sem se dar conta: respirar mal.
A respiração é feita em dois compartimentos do corpo: a caixa torácica e a cavidade abdominal. Ao utilizar apenas a parte peitoral, há menos ventilação do pulmão, com gasto energético maior.
Pessoas com problemas respiratórios usam essa respiração mais superficial como um mecanismo de compensação à rigidez das musculaturas peitoral e costal e ao diafragma encurtado, que diminuem a mobilidade das costelas e a capacidade de ventilação do pulmão. Mas mesmo as pessoas saudáveis, nos dias de hoje, adotam um padrão respiratório deficiente.
Entre as causas disso, aponta o fato de as pessoas ficarem por muito tempo sentadas em posições que comprimem o abdômen e o uso de roupas apertadas, que limitam o movimentação do diafragma.
A respiração correta permite uma maior troca gasosa (entrada de oxigênio e saída de gás carbônico) entre os alvéolos pulmonares e as veias e artérias. Com mais oxigênio, as células trabalham melhor, garantindo a boa atividade de todas as funções orgânicas.
Além dessa qualidade básica, a boa respiração traz outras vantagens, como desacelerar os batimentos cardíacos, baixar a pressão arterial e diminuir a ansiedade e as respostas orgânicas ao estresse.
TÉCNICA DE YOGA PARA RESPIRAR CORRETAMENTE
RESPIRAÇÃO NASAL E BUCAL
Uma das
primeiras lições da respiração é destinada a ensinar como se
respira pelo nariz e como se corrige a pratica comum de respirar pela boca.
Infelizmente
em nossa sociedade, em todos os níveis sociais, pessoas respiram habitualmente
pela boca.
Não deveria
ser necessário dizer que o método normal de respiração é o de tomar o ar
através das fossas nasais.
Cuidadosas
experiências científicas mostram que pessoas que têm o hábito de respirar pela
boca, têm debilitado com maiores chances de contrair doenças contagiosas, infecções,
problemas nos órgãos respiratórios.
Outra
conseqüência da respiração bucal é que as passagens nasais, devido a sua
relativa inação, não se conservam limpas, ficando, portanto, expostas as
enfermidades locais.
O aparelho
protetor ou filho dos órgãos respiratórios consiste unicamente nas fossas
nasais. Quando se faz respiração pela boca, nada existe no organismo que filtre
o ar detendo o pó ou qualquer outra substancia em suspensão.
Além do
mais, essa respiração defeituosa deixa o ar frio para os órgãos, ocasionando
muitas vezes a inflamação dos órgãos respiratórios.
Lembre-se: a
boca não oferece proteção aos órgãos respiratórios e que o ar frio, o pó, as
impurezas e os germes penetram sem obstáculos por aquela porta sempre aberta.
OS
QUATRO MÉTODOS DE RESPIRAÇÃO
1) RESPIRAÇÃO ALTA: Enche somente a parte superior dos pulmões.
Esta forma
de respiração é chamada no ocidente de respiração clavicular. Aquele que
respira por essa maneira levanta as costelas, as clavículas e os ombros,
contraindo ao mesmo tempo o abdômen, o qual impede toda a massa intestinal
contra o diafragma, que, por sua vez, também se levanta. Esse modo de respirar
somente emprega a parte superior do peito e dos pulmões, que é a menor e, por
conseqüência, apenas uma parte mínima de ar neles penetra.
Alem disso
quando o diafragma se levanta, não pode ter expansão naquela direção.
Este
processo exige o máximo de esforço para obter o mínimo de benefício. A
respiração alta é, sem dúvida, a pior forma de respirar que se conhece e exige
maior dispêndio de energia com menor soma de proveito. Infelizmente esse método
de respiração é o mais utilizado no Ocidente.
2) RESPIRAÇÃO MÉDIA: enche apenas a parte média e uma porção da parte superior.
Este método
de respirar é conhecido como respiração intercostal, Embora menos defeituosa
que a respiração alta, é muito inferior à baixa e à yogui completa.
Na
respiração média, o diafragma sobe, o abdômen contrai-se, as costelas
levantam-se ligeiramente e o peito dilata-se parcialmente. Esta
respiração também é muito comum, porém, insuficiente.
3) RESPIRAÇÃO BAIXA: enche a parte inferior e média dos pulmões:
Este sistema
é muito melhor que os precedentes e, há alguns anos ela vem sido difundida no
ocidente com varias denominações: respiração abdominal, respiração profunda,
diafragmática, etc.
Ainda que
muitas autoridades ocidentais falem e escrevam como sendo o melhor e mais
perfeito método de respiração, os yoguis sabem que não é senão uma parte do
sistema que eles empregam já há séculos e que conhecem com respiração completa.
4) RESPIRAÇÃO COMPLETA
YOGUI (Prana – Kriyâ):
O homem
respira utilizando somente uma terça parte de sua capacidade pulmonar. Como
respirar é sinônimo de viver, concluiremos imediatamente que, respirando
deficientemente, reduzimos nossa vitalidade a um terço do que seria normal e
desejável.
Os hábitos
antinaturais, inclusive o vestuário incômodo, os alimentos inadequados, o
tumulto mental e emocional em que vivemos mergulhados, impede-nos de respirar
normalmente e absorver a quantidade mínima de oxigênio e Prana indispensável à
manutenção da vitalidade física.
Podemos
dividir o pulmão em três secções distintas: a parte baixa, situada
imediatamente acima do diafragma, a parte média e a alta.
Se
considerarmos que o pulmão tem forma semelhante a uma pêra, podemos verificar
que a parte baixa é a de maior volume. Pois bem, o homem só respira utilizando
a parte média.
Além de
absorvemos, com essa maneira de respirar, muito menor quantidade de oxigênio,
também recolhemos pouca quantidade de Prana, tornando-nos, na maioria das
vezes, enfermiços, nervosos e deprimidos, sem vitalidade e sem energia e
sujeito, portanto a todo tipo de doenças.
É evidente
que qualquer método que encha completamente o espaço pulmonar será de grande
valor para o homem, porque lhe permitirá absorver oxigênio em maior quantidade
e armazenar uma maior soma de Prana.
Essa
respiração contém tudo o que há de bom na alta, na média e na baixa, sem os
defeitos e prejuízos. Ela movimenta todo aparelho respiratório, cada célula de
ar e cada músculo respiratório.
Todo
organismo respiratório obedece a este método de respirar; e, com menor gasto de
energia, obtém-se a maior soma de energia. A capacidade de o peito alcançar
seus limites normais, realizando suas funções naturalmente.
Uma das
características deste método consiste no fato dos músculos respiratórios
entrarem em completo funcionamento, ao passo que as outras formas de respirar
utilizam-se só de uma parte desses músculos.
Estudadas as
características especiais dos quatro métodos de respiração, notaremos que a
respiração completa compreende todos os aspectos benéficos dos outros três
métodos, alem das vantagens que resultam da ação combinada da parte superior e
média do peito com a região diafragma e do ritmo normal por forma obtido.
A técnica é a seguinte:
Inspiração
(Puraka): Lançar suavemente o abdômen para fora enquanto vai absorvendo
lentamente o ar, de maneira a permitir que a parte baixa dos pulmões fique
completamente cheia. Sem interromper a inspiração, comprimir o abdômen, de modo
a encher a parte média. No final da inspiração, com um pequeno esforço,
contrair ao máximo a barriga, enquanto levanta ligeiramente os ombros, enchendo
assim a parte alta.
Retenção
(Kumbaka): Com o abdômen recolhido ao máximo, conter a respiração.
Expiração
(Rechaka): Afrouxando paulatinamente o ventre, começar a baixar os ombros,
esvaziando a parte alta. Em seguida ir esvaziando a parte média e terminar com
um recolhimento total do abdômen, permitindo assim o esvaziamento completo da
parte baixa.
Imaginar que
todos os males, toxinas, fatores indesejáveis e preocupações estão sendo
expelidos juntamente com o ar expirado.
Com a
prática da respiração completa, o diafragma contrai-se durante a inalação e
exerce uma leve pressão sobre o fígado, estomago e outro órgãos, a qual, em
combinação com o ritmo dos pulmões, atua como uma suave massagem destes órgãos,
estimulando seu funcionamento normal.
Cada
inalação colabora no exercício interno e assiste à produção de uma circulação
normal nos órgãos de eliminação e nutrição.
Na
respiração alta e média, os órgãos perdem o beneficio dessa massagem interna,
tonificando o organismo.
Todo órgão
ou parte do corpo que não se exercita, se atrofia gradativamente e deixa de
funcionar devidamente, e a falta do exercício interno, produzido pela ação
diafragmática, conduza enfermidade desse órgão ou parte do corpo.
Esta técnica
é de total importância para adquiris ou manter a saúde.